Começando com seu sempre potente masculino, a grife traz de volta a linguagem do utilitário, em calças, shorts, casacos e mochilas devastadoras _releitura dos arquivos da Redley, construída por múltiplas amarrações. Tricôs perfeitos e malhas ecológicas de fibra de bambu se mixam com estampas escuras de folhas de bromélias e penas de aves, muitos grafismos, numa acertada cartela de cores com cinzas, verdes, marrons, pretos, acesa por alaranjados em tangerina e vermelho-melancia, mais um otimista azul-turquesa. Alpinismo e esqui pontuam educadamente o design dos casacos, muitos e precisos.
Seria industrial se não fosse tropical, e a trilha sonora em random embrulhava adequadamente o caminhar dos modelos no espaço raw do armazém, ventiladores e poeira. Os roxos, escuros, vêm masculinos nas calças confortáveis e usáveis _fashion, mas comercial, combinados com os melhores boots da temporada carioca _so far. Os xadrezes e militarismos da hora ganham desejáveis interpretações, bem como as listras, como no bom look de mangas compridas sob moletom jacquard de manga curta. Temos interessantes flertes com alfaitaria, vestidos leves e curtos e o novo camuflado, feito de recortes.
A melhor coleção (e desfile) já feito pela Redley, reforçado pelo casting perfeito e o styling sagaz de Daniel Ueda, que por seus trabalhos nesta estação se consagra como o melhor stylist em atividade no país. Parabéns a todos pelo profissionalismo e talento.
ERIKA PALOMINO
